Globo Esporte Corinthians

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Gosto amargo

Se a temporada de 2015 do Corinthians está longe de ser considerada um sucesso nos gramados, os números indicam regularidade ao time do Parque São Jorge. No ano marcado pelo retorno do técnico Tite ao comando da equipe, em 36 partidas disputas, o grupo foi derrotado em apenas seis ocasiões, tendo inclusive terminado o Campeonato Paulista de forma invicta, sendo superado pelo Palmeiras apenas nas cobranças de pênaltis.

Dos seis jogos em que perdeu, três dos reveses ocorreram na disputa da Taça Libertadores, o que custou muito caro ao Timão. Se levarmos em conta a campanha obtida na primeira fase, quando o Corinthians conquistou 17 pontos no grupo considerado da morte, diante de São Paulo e do atual campeão San Lorenzo, classificando-se como a melhor entre as 32 equipes da competição, a eliminação precoce diante do Guarani do Paraguai ainda irá doer por um tempo no coração da sua fiel torcida, que aguardava um bicampeonato após a volta do treinador campeão em 2012.

Sinal de esperança

Mas as disputas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil podem servir para curar as feridas deixadas no primeiro semestre. O início no Campeonato Brasileiro está satisfatório aos olhos do exigente torcedor que espera por um título para encerrar a temporada de forma tranquila. A largada na competição nacional traz esperança de volta as arquibancadas.

A preocupação pelas baixas sofridas no setor ofensivo com as saídas do peruano Paolo Guerrero e de Émerson Sheik é uma incógnita para o decorrer da temporada, sobretudo porque a opção imediata para o ataque, Vágner Love, ainda não vingou com a camisa corintiana. Mas, quem sabe, com a janela de transferências aberta alguma novidade para suprir a carência de um matador possa pintar no Parque São Jorge.

O elenco ainda conta com nomes experientes e consagrados como o goleiro Cássio, o zagueiro Gil, o lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Ralf, os meias Danilo, Jádson e Renato Augusto. O ataque mesmo é o quem tem sido o calcanhar de Aquiles do time corintiano, que no momento dispõe dos latinos Angel Romero do Paraguai e o colombiano Mendoza, além do imprevisível Vágner Love.

Crise financeira batendo na porta

Se não dá para reclamar do desempenho no campo no início do Campeonato Brasileiro, financeiramente o Corinthians vai mal e não à toa que perdeu seu ídolo para o Flamengo por não ter condições de arcar com os custos exigidos pelo Guerrero para renovar o contrato.

Segundo Emerson Piovezan, diretor financeiro do clube, as dívidas chegam à casa dos 100 milhões, isso sem considerar as gastos para a construção da Arena Corinthians. Só para se ter uma ideia, toda a renda obtida pelo time em suas partidas como mandante, é repassada automaticamente para um fundo criado para cobrir as despesas do seu estádio, deixando lucro algum de bilheteria. A ausência de dois patrocinadores e um acordo tributário equivocado para refinanciamento das dívidas com a receita federal, também contribuem para este estrangulamento no caixa corintiano, que não vê outra alternativa senão optar pelo corte de gastos, o que reflete diretamente em um elenco menos recheado de craques.

Segurando as pontas

Para sobreviver diante da grave crise financeira o Corinthians precisa de uma vez por todas conseguir um naming rights para seu estádio e negociar com os patrocinadores para estampar sua camisa. Só assim o clube conseguirá respirar de forma tranquila até o final da temporada. Como nos gramados esse elenco atual não deve dar nenhum susto, a ordem de momento é segurar as pontas com o que tem em 2015 para, a partir de 2016, levar a equipe ao topo novamente.

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