Segurança Alimentar
A alimentação é uma das funções mais básicas na rotina. Fazemos compras e preparamos refeições diariamente, e quase nunca consideramos os caminhos que os produtos fazem até chegar a nós, e que padrões de segurança e qualidade definem como a comida é produzida e comercializada. É aí que entra a segurança alimentar.
Mas afinal, o que é segurança alimentar?
Podemos entender a ideia de segurança alimentar como um conjunto de parâmetros e normas que regem toda a cadeia produtiva de alimentos, em instâncias como produção, transporte e armazenamento antes de os produtos chegarem ao consumidor final.
Todas essas de regras têm como finalidade garantir a integridade física, química e de aparência dos alimentos, segundo os padrões sanitários e comerciais que os tornam adequados para o consumo.
O que a segurança alimentar precisa levar em conta?
Para que a comida que chega até você esteja em condições de ser consumida, a segurança alimentar na cadeia produtiva de alimentos considera basicamente três riscos a serem evitados:
Riscos biológicos – se referem, de forma geral, à contaminação por agentes biológicos que podem deteriorar a aparência, o sabor e o cheiro dos produtos, ou mesmo causar intoxicações alimentares. Podem ser bactérias, que causam doenças como salmonela e cólera. Também fungos conhecidos popularmente como bolores, e que podem liberar toxinas bastante danosas. E também vírus – os exemplos mais comuns estão no setor frigorífico, a febre aftosa no gado, e a gripe haviária nas granjas.
Os riscos físicos são decorrentes do processamento industrial de alguns alimentos. É o caso, por exemplo, da presença de pedaços de metal, plástico, madeira ou vidro, geralmente componentes das embalagens e dos equipamentos das indústrias alimentícias. Apesar de não causar doenças, esses corpos estranhos podem causar desconforto e lesões, caso ingeridos acidentalmente.
Os riscos químicos, por sua vez, podem surgir em qualquer etapa da produção, industrialização e comercialização dos produtos. São substâncias químicas que não fazem parte da composição dos alimentos, e que podem ser irritantes ou mesmo causar envenenamento. Alguns exemplos são pesticidas e agrotóxicos, hormônios, detergentes e outros produtos químicos. No caso de produtos agrícolas, a contaminação química também pode acontecer pelo depósito de elementos tóxicos como chumbo e mercúrio no solo ou na água.
Quem cuida da segurança alimentar no Brasil
Cada país tem padrões próprios para definir as condições ideias de comercialização e consumo de alimentos. No Brasil, o Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o instituto Inmetro são algumas das instituições responsáveis por definir e fiscalizar as normas de segurança alimentar.
Esses órgãos gerencial a segurança dos alimentos comercializados dentro do país, e também do que é importado e exportado. Caso os alimentos que cheguem até nós de outros países não obedeçam às regras brasileiras de segurança alimentar, esse carregamento pode ser impedido de circular. Do mesmo modo, outros países podem vetar a entrada de produtos brasileiros que não estejam de acordo com suas próprias diretrizes de segruança alimentar.
Segurança alimentar como política pública
Além do controle de qualidade, o conceito de segurança alimentar está ganhando uma dimensão mais política e social, especialmente no que se refere ao combate à fome. Atualmente, já se define a segurança alimentar como uma garantia de que todos os cidadãos brasileiros tenham alimentos nutritivos, de qualidade, capazes de satisfazer as necessidades nutricionais e a um preço justo.
Com essa nova concepção, a segurança alimentar passou a ser objeto de políticas públicas do governo brasileiro. Um exemplo é o programa Fome Zero, implantado pelo Governo Federal em 2003. No mesmo ano foi criado o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), para formular políticas governamentais de acesso à alimentação.
