Guia de Carreiras – Letras
A figura do professor no Brasil é, historicamente, pouco valorizada. Mas, apesar dos baixos salários, o curso de Letras continua atraindo muitas pessoas todos os anos. Dentre os motivos estão o grande número de vagas disponíveis, férias mais longas e, principalmente, a satisfação pessoal de se trabalhar como professor.
Um dos grande desafios dos profissionais desta área é despertar o interesse de alunos, principalmente dos adolescentes. Nesta fase, os estudantes são conhecidos por se dispersar facilmente. Portanto, saber muito sobre determinado conteúdo não é suficiente para ser um bom professor: é preciso ter jogo de cintura e conhecimentos sobre pedagogia.
O curso
Quem escolhe o curso de Letras deve gostar muito de leitura e escrita. Além da Língua Portuguesa, é comum que os cursos da área também dêem noções de latim e grego, em alguns casos. A literatura brasileira também é muito valorizada nos cursos superiores de Letras.
O curso de Letras é dividido em Bacharelado e Licenciatura. Quem opta pelo primeiro pode atuar como pesquisador, revisor ou tradutor. O bachareal pode, também, dar aulas. Contudo, quem já deseja ser professor desde o começo costuma preferir a Licenciatura que, além de uma grade curricular parecida com a do bacharelado, inclui também disciplinas sobre educação.
Atuação
O graduado em Letras trabalha, principalmente, em colégios de educação básica. Contudo, muitos profissionais também se dedicam ao ensino de línguas estrangeiras em escolas especializadas. O Ensino Superior também é o destino de muitos profissionais, que geralmente buscam cursos de especialização após concluir o curso de Letras.
Maurício Araújo, que se formou em 2008 na USP, dá um conselho para aqueles alunos que optam pela Licenciatura – cerca de 80% de quem ingressa no curso de Letras prefere esta modalidade. De acordo com Araújo, a prática é essencial. Ainda na graduação, o aluno deve buscar projetos sociais e cursinhos populares onde possa atuar como professor.
Embora os cursos superiores de Letras ofereçam uma série de estágios, Araújo recomenda que os alunos não façam apenas estas atividades obrigatórias. Para conhecer a profissão, nada melhor do que a prática. Araújo é professor de Língua Portuguesa e Literatura em cursinhos pré-vestibular.
Remuneração
O cargo de professor tem seu piso salarial regulamentado pelo Governo Federal. Para os professores do Ensino Médio, o piso é de R$1451 na rede pública de ensino, para jornadas de 40 horas por semana. Contudo, é comum que os estados não cumpram a determinação federal.
Já na rede particular, os salários são geralmente calculados através da hora-aula. Cada aula tem duração de até 50 minutos, e o piso está fixado em R$11,82 por hora-aula. Em escolas de idiomas o valor é bastante reduzido, chegando a R$4,51 por hora-aula. O piso salarial em escolas de idiomas é de R$810. Estes valores são referentes à capital paulista, e podem variar de região para região.
No caso dos tradutores, o pagamento é geralmente calculado por página traduzida, com valores que podem variar consideravelmente. Os pesquisadores, por sua vez, recebem de acordo com sua formação acadêmica.
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